terça-feira, 25 de outubro de 2011

O Exame de Ordem.

"Art. 6º Não há hierarquia nem subordinação entre advogados, magistrados e membros do Ministério Público, devendo todos tratar-se com consideração e respeito recíprocos." Lei 8906/94.

Pois bem, dou início a minha exposição com um dos artigos do Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil. Que fique claro que eu não pretendo discutir a constitucionalidade ou não do exame (ainda que eu considere constitucional), mas eu quero expor a minha "opinião" sobre esse assunto tão discutido e rebatido (art. 5º, IV, CFBR/88), e que amanhã, quarta-feira, será votado no STF. Não sou ninguém, sou uma formanda em direito e não acho que o que eu penso vai ter relevância na vida de alguém, entendo a relevância e a importância do Exame de Ordem. Não pensem vocês que eu defendo e apoio porque eu já passei, pelo contrário, no próximo domingo estarei tentando pela segunda vez e tentarei quantas vezes forem necessárias para minha aprovação.
O que o artigo supracitado tem a ver com tudo isso? Minha IDÉIA é simples, se não há hierarquia entre advogados, magistrados e membros do Ministério Público, porque só o advogado não precisaria fazer a prova? (Mais uma vez deixando bem claro que não estou entrando no mérito da constitucionalidade ou não) No país em que vivemos, com a realidade da justiça que vemos aí, onde muitos juízes acham que são verdadeiros deuses e tratam advogados como um ninguém, já é assim hoje, imagina se advogado deixa de precisar fazer prova?
Ouvi indagações irônicas do tipo "vai se basear em que pada falar sobre? retórica? antilogia?", etc...nada disso@ Me desculpem a minha ignorância, e agora a falta de elegância, mas a maioria das pessoas participantes dessa "corrente" contra o exame de Ordem é porque no mínimo não tem capacidade de passar no exame. ESTUDEM. Muitos desses levam a faculdade "na coxas", não conseguem aprender nada de útil em 5 anos,e são contra a prova? Se fosse tão impossível ninguém passava!
Acho a prova difícil sim, acho que está a nível de concurso público e isso eu considero exagero, mas dos problemas esse é o MENOR.O nível tem que ser mantido, o objetivo da prova é habilitar um advogado pra exercer a profissão, e acho que exames desse tipo deveriam se estender a outras profissões. Acha errado "só direito ter"? Muda de curso.
ANTIGAMENTE, antes do Exame de Ordem existir, o acesso aos cursos de direito era muito mais restrito, quase que "elitizado", talvez nem tanto, mas não era tão fácil se formar como é nos dias de hoje. O que está acontecendo é uma aprovação em massa de BACHARÉIS em Direito, e até onde eu sei quantidade não é qualidade.
O Brasil possui muitas faculdades de Direito, hoje é muito fácil entrar na faculdade, você tem todas as facilidades possíveis, seja pra pagar até para fazer sua monografia ou TCC. Você não precisa saber, você "leva" o curso, no final compra o trabalho de conclusão e fim, você tem um diploma. É impossível fechar os olhos para essa realidade, o Exame hoje serve como uma "peneira", sem ele teremos (mais) advogados que não sabem nada de direito, o que leva a iniciais ineptas, recursos desertos e judiciário muito mais AFOGADO, sem aspas. E se por um lado seria fácil ser advogado, por outro...aliás, não vejo um outo lado que tone isso bom, quem vai pagar é a sociedade, como sempre. Não compensa.
Pra vocês que escolheram uma profissão que busca a justiça ("Sem advogado não há justiça. Sem justiça não há democracia!"), pensa que você quer fazer a diferença, Mostra que você é BOM, estuda e conquista passa nesse exame, é mérito, tenha orgulho da profissão que escolheu, e orgulhe-se da sua conquista. Cinco anos de faculdade é fácil, bacharel qualquer um é ...agora ter a "vermelhinha", não é pra qualquer um! É para os fortes, para os melhores. Você é qualquer um?

Mas essa daí é só a MINHA opinião...
Carioca. 22 anos. Formanda em direito que vai fazer o EXAME DE ORDEM pela segunda vez; Com muito orgulho do curso superior que escolheu (do primeiro, se Deus quiser).

Entrevista: J. J. Gomes Canotilho, constitucionalista português
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